Embora Revolução Francesa designe o conjunto de acontecimentos que tiveram lugar entre 5 de Maio de 1789 e 9 de Novembro de 1799, e que conduziram ao início da Idade Contemporânea, é a 14 de Julho, hoje portanto, que se celebra o dia da Revolução Francesa, por ser a data em que se deu a tomada da prisão da Bastilha. Com este facto histórico aboliu-se ainda a servidão e os direitos feudais em França, findando assim todo e qualquer privilégio da nobreza e do clero. Aguarda-se agora que igual revolução se processe ao nível do plantel da selecção francesa de futebol, para que da próxima vez que os apanharmos pela frente sejamos capazes de mudar igualmente o rumo aos acontecimentos e dar origem a uma nova época, sublinhada por uma série consecutiva de vitórias que reponham definitivamente a verdade dos factos.
Ontem, quinta-feira, nós portugueses fomos protagonistas de mais um magnífico recorde. Depois das três eliminações consecutivas da Selecção Inglesa em torneios da UEFA (Euro 2000, Euro 2004 e Mundial 2006), eis que nos enchemos de energia e voltámos a rebentar com a escala. Trocado em miúdos, o que na realidade se passou foi que o consumo de electricidade atingiu nesta data, e no nosso território, o valor mais elevado de sempre em época de Verão. 152 Gigawatts/hora (GWh), para uma potência máxima registada de 7.595 megawatts (MW)! Uma barbaridade! Digo eu, que disto pouco entendo. Mas acredito que estejamos perante valores dignos de respeito, se atendermos às loucas e angustiantes temperaturas que se fizeram sentir e que forçaram ao uso de tudo o que pudesse ser fonte de alguma frescura. De registar que o anterior máximo em época de Verão foi atingido em Junho do ano passado, então com 146 GWh de consumo diário e uma potência máxima de 7.363 MW. Será que também se atingiu um novo máximo no consumo de gelados? Fica o aparte, mas também o esclarecimento de que, embora elevado, o valor agora atingido não foi capaz de destronar o recorde atingido na época de Inverno. Estávamos em Janeiro deste ano, altura em que foi registado um consumo diário de 169,1 GWh e uma potência máxima de 8.807 MW. Ainda dizem que nós portugueses somos uns moles. Qual quê! Energia não nos falta, a ver por aquela que despendemos e que continua a bater recorde atrás de recorde.
Ele há assuntos que, de tão triviais, chegam a provocar bocejo atrás de bocejo. Não é este o caso, nem sei por que toquei no assunto, mas achei que era boa altura para o fazer. Adiante. Consta para aí que uns quantos reclusos de uma certa prisão do estado de Indiana, nos Estados Unidos, andam revoltados com aquilo que dizem ser “uma clara violação dos seus direitos civis”. E tudo por que lhes foi vedado o acesso a revistas de cariz pornográfico, casos da Playboy e da Hustler, com base numa lei que entrou em vigor no passado dia 1 de Julho e que, basicamente, bane revistas pornográficas de estabelecimentos prisionais do estado. Argumentam estes rapazes que a queixa que agora apresentaram ao Departamento de Justiça, é representativa da vontade de mais de 20 mil reclusos de Indiana, que, segundo eles, a assinam por baixo. Uma injustiça, mas, mais do que isso, um incentivo a que se comam uns aos outros lá dentro, à falta de matéria de leitura que os entretenha de outra forma. Mas até nem foi tanto pelo que se disse até aqui, que esta notícia me suscitou a curiosidade. Que é comum a prática de actos homossexuais em prisões ou a preferência por este género de literatura, isso todos sabemos. O que me deixou, de facto, algo surpreso, foi saber que esta lei local, que proíbe ainda a entrada nos estabelecimentos prisionais da zona de cartas com conteúdos explícitos, é igualmente restritiva no que diz respeito, imagine-se, a publicações como a National Geographic! Agora alguém que me explique em que sentido é que esta revista de grande interesse didáctico e cultural, pode integrar o lote das publicações escabrosas anteriormente referenciadas? Só se estão a tentar que os pobres infelizes se percam geograficamente a nível anatómico, de forma a tirar-lhes da ideia qualquer pretensão que possam ter de cariz sexual. É que, fora esta possibilidade, não estou a ver em que sentido a inocente National Geographic pode interferir com este tipo de comportamento por parte dos reclusos. Resta saber que destino a justiça vai dar à liberdade de leitura dos pobres detidos, na esperança que impere o bom senso. Que, pelo menos, lhes permitam as revistas de quadradinhos, próprias da banda desenhada. Pois para além de ser uma leitura que não exige grande esforço mental, traz ainda a vantagem adicional de perpetuar nos rapazes o hábito de continuarem a ver a vida nesse formato tão do seu agrado.