Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

100Nexus

TUDO É ILUSÃO, DESDE O QUE PENSAMOS QUE PODEMOS AO QUE JULGAMOS QUE TEMOS.

facebook

Escrita em dia

por migalhas, em 13.07.06

Sujeito à votação de 125 proeminentes escritores, críticos, editores e demais homens das letras, o título de melhor romance de ficção americano dos últimos 25 anos foi atribuído a Toni Morrison, por via do seu romance “Amada” (“Beloved”, no original). Uma autora pouco conhecida no nosso burgo, face a nomes como os de Philip Roth ou John Updike, e que muito provavelmente o é graças ao facto de a edição em português da sua obra estar esgotada há mais de uma década. Trata-se de um romance de estilo bastante conservador, que se desenrola no século XIX e abarca o tema da abolição da escravidão nos EUA. A eleição, instituída pelo consagrado jornal “The New York Times”, acabou por situar a obra de Morrison no topo do ranking, autora que no ano de 1993  arrecadou igualmente o Nobel da Literatura. Se mais credenciais fossem necessárias para atribuir créditos à autora, então poder-se-ia apelar ao facto desta ter sido a obra que mais rapidamente se inseriu no cânone da literatura norte-americana de então, tendo sido adoptada em escolas com o estatuto de clássico. Roth e Updike não ficaram, no entanto, esquecidos, pois quatro dos romances de Updike, protagonizados pelo coelho Angstrom, e tomados como obra una, conseguiram o terceiro lugar da lista, enquanto que Roth, é o autor de sete dos 22 livros lembrados pelo júri. Fica a conclusão, que parece óbvia face aos anos de nascimento dos cinco primeiros classificados - um intervalo de cinco anos entre 1931 (Morrison) e 1936 (Don DeLillo) -, de que esta foi uma votação que veio coroar essencialmente uma geração muito específica de autores, a que se adiciona ainda o nome de Cormac McCarthy. De referir também que todas as cinco obras aqui referenciadas são obras que se pautam por alguma nostalgia e que fazem uso concreto da história, ou de factos dessa mesma história universal, para construírem as respectivas tramas. Quanto ao júri, essencialmente constituído por americanos, contou ainda com a prestigiante presença dos estrangeiros Harold Pinter, Ian McEwan, Carlos Fuentes e Mario Vargas Llosa.