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Um merecido Natal (Parte 4) - Um conto de Natal

por migalhas, em 21.12.05
(Continuação)
Especado a olhar, depressa foi convidado a juntar-se-lhe naquela que, veio a saber mais tarde, se tratava de uma comemoração de Natal muito especial. O que se passou daquele momento em diante, e até altas horas do dia seguinte, foi tão só o usufruto de uma prenda como nunca tivera outra assim. A verdade é que, mesmo sem ter escrito carta nenhuma ao velhote das barbas brancas, este o havia brindado com um Natal inesquecível. E porquê? Porque o tal do velhote o colocara à prova, sem ele sequer ter dado conta, testando até que ponto iria a sua humanidade. Para tal, enviara à terra natal de Tom um emissário da sua inteira confiança, que se apresentara ao nosso amigo com ar de mendigo desesperado cuja vida dependia da entrega de uma mensagem a um amigo distante. A verdade é que o prestável rapaz, tocado pela história, inventada, é certo, mas de fazer chorar as pedras da calçada, logo se comprometeu a resolver o problema do mendigo, propondo-se a fazer a longa viagem até à terra que lhe havia sido indicada, para entregar a tal mensagem. Perante este nobre acto de inquestionável humanidade, o senhor das longas barbas brancas, que tudo sabe sobre toda a gente, resolveu recompensá-lo no Natal com algo de que ele gostava muito mas a que nunca tivera acesso. Só quando, por mero acaso, resolveu mais tarde verificar que mensagem era aquela tão importante que deveria ter entregado, é que se apercebeu que se tratava de uma folha em branco. Regressou à sua terra natal sozinho, é verdade, mas com a memória bem preenchida por pensamentos doces e ainda bem recentes. Para além de ter feito uma viagem de volta muito mais agradável do que a de ida, por via do luxuoso Porsche Cayenne com que ainda foi presenteado. É claro que o senhor das longas barbas brancas nunca lhe chegou a revelar que a tal da beldade era, nada mais, nada menos, do que a velhota que o acolhera, devidamente camuflada por uns truques de magia que só ele domina. Para quê estragar a experiência do bom rapaz. Afinal de contas, ele provara ser merecedor do que vira. E o que vira naquela noite, para sempre lhe ficou gravado na memória. FIM