E se de repente um estranho lhe oferecesse flores? Ou encontrasse um branco de carapinha? Ou, se ao procurar o último livro do publicitário Miguel Teixeira, acabasse por descobrir que ele até vem empacotado e tudo. Como um sumo. Mas não se deixe enganar. Qualquer semelhança com um novo néctar acabado de lançar no mercado é pura coincidência. Essa embalagem apenas acolhe o fruto da mente criativa do autor, mantendo-o fresco e natural sem a adição de quaisquer corantes ou conservantes. Ponto de partida para o título. Sem corantes nem conservantes revela-se um retrato fiel do dia-a-dia de duas duplas de criativos e das suas performances nas respectivas agências de comunicação. Todas as noitadas, a comida de plástico, o sangue, suor e lágrimas por que passam, até chegarem ao mais mediático dos festivais internacionais de publicidade: Cannes. Tudo isto é narrado a cru, tudo isto reflecte um pouco da publicidade portuguesa dos nossos dias, tudo isto é o fado de um publicitário que finalmente se propôs a romancear o mundo em que se move há 14 anos.
O ainda recente sábado, 5 de Novembro, marca a data da sessão de lançamento do meu segundo livro, intitulado Sem corantes nem conservantes. Trata-se de um romance, com os ingredientes próprios do género, mas com a particularidade de se desenrolar no mundo que bem conheço da publicidade e dos publicitários deste nosso pequeno país. O local do evento Galeria Verney em Oeiras revelou-se pequeno para tamanha afluência de familiares, amigos e curiosos por esta obra. Afinal de contas, a sua aparência imediata - a fazer lembrar mais rapidamente um qualquer sumo de fruta -, deixava intrigado quem com ela se confrontava pela primeira vez. E compreende-se porquê. Passada a surpresa inicial, a reacção foi de satisfação e agrado pela forma como o conteúdo se expõe (ou não) aos olhos do público. Original, criativa, inusitada. Após a apresentação, que contou com as palavras de Rui Grácio (pela Pé de Página Editores), de Pedro Oliveira (Director Criativo Executivo da agência de publicidade HPP Euro RSCG) e do autor, Miguel Teixeira, seguiu-se a sessão de autógrafos que se prolongou noite dentro, num ambiente de grande descontracção e confraternização. Fica a promessa de novas iniciativas que visem promover a obra, em datas e locais a anunciar em breve. Feita a análise, minha e da editora, esta iniciativa pode considerar-se, desde já, um sucesso. Um excelente pontapé de saída, diríamos mesmo. Fica o desejo de que venham outras iguais, de preferência ainda melhores, mais concorridas e noticiadas.