A solidão
por migalhas, em 10.12.04
Li recentemente num diário nacional que o síndrome da solidão afecta cada vez mais pessoas em todo o mundo, tornando-se num dos mais graves e sérios problemas da nossa sociedade actual. É cada vez maior o número de pessoas que vivem sozinhas nas grandes cidades da Europa e da América, o que vem justificar a teoria de que envelhecer na cidade é arriscar a acabar os seus dias cada vez mais só. E como se tal não bastasse, está ainda provado que são os solitários aqueles que estão mais expostos a contrair doenças crónicas, não só físicas, mas também do foro psíquico. Esta maior apetência para a doença tem directamente a ver com o sistema imunológico que, no caso das pessoas solitárias, apresenta uma menor estabilidade e consequente fraqueza, o que as torna mais frágeis. Sabiam os homens divorciados que estão três vezes mais sujeitos a contraírem doenças do que os seus colegas casados? Afinal alguma coisa de bom o casamento haveria de ter! Outros dados interessantes indicam ainda que o índice de mortalidade masculina regista um brutal aumento de 40% após a viuvez e que a principal causa é o enfarte do miocárdio. Já entre as viúvas a principal causa de morte é o cancro, resultado do extremo stress que representa a perda do conjugue. De tal forma são incapazes de ultrapassar esta perda, que muitas chegam mesmo a falecer no ano imediatamente seguinte ao falecimento do seu companheiro. É sabido que quanto mais as pessoas se isolam, mais isoladas pretendem estar com o passar do tempo. Muitas perdem a alegria de viver, acomodam-se, descuram a alimentação e acabam por adoecer. Outras entram em depressão e procuram consolo no consumo excessivo de álcool com resultados que são bem conhecidos de todos. Como remate final, ficam as estatísticas que afirmam claramente que o risco de morte das pessoas que vivem sozinhas é o dobro das que permanecem acompanhadas. Por isso, novos e menos novos, toca a fazer amizades, a conviver, a dar azo ao relacionamento social. Porque o que hoje é algo que até pode ser agradável e reconfortante, amanhã pode vir a tornar-se num vício, com todas as consequências negativas que advêm da grande maioria dos vícios. O homem é um animal social, vamos lá a dar razão a esta realidade.