Daqui onde estou tenho vista
por migalhas, em 12.11.04
Hoje e durante os próximos quinze dias, irei ocupar uma secretária cuja vista é digna de nota. Situado num primeiro andar de uma vivenda na zona de Belém, o escritório onde estarei a laborar - ou melhor, a bolar ideias capazes de vender marcas e produtos - nas duas semanas que se avizinham, possui uma soberba vista para o rio Tejo, para uma das pontes que o atravessa (a velhinha 25 de Abril) e para o Cristo Rei, que não se cansa de saudar quem por ele passa. É reconfortante olhar e assistir ao curso rápido e decidido das águas do Tejo, que mostram ainda maior esplendor quando banhadas pelo sol que, ultimamente, tem marcado presença assídua nos nossos dias. É uma imagem digna de um quadro, de uma pintura que transmite a mesma calma com que parece ter sido criada. Basta-me erguer a cabeça, levantar os olhos do teclado e num instante ela ali está. É importante ter-se vista de onde se trabalha, mais ainda se ela for agradável... à vista! É mais motivante, mais relaxante e ajuda a desanuviar a cabeça em momentos de maior pressão. Para mim, que tenho de ter todos os dias ideias diferentes e originais para produtos e serviços também eles sempre diferentes e inovadores, é de todo útil poder beneficiar desta excelente e privilegiada paisagem. A luz natural entra em abundância pelas enormes vidraças, os lugares para estacionar o carro existem com fartura e ausentes de qualquer pagamento, a proximidade dos magníficos e tentadores pastéis de Belém é assustadora, enfim, tudo se conjuga para uns agradáveis, e seguramente bem passados, dias de trabalho. Que bom seria se todos pudessem exercer as suas actividades diárias em condições semelhantes ou, pelo menos, que fossem do seu agrado. Seguramente se produziria muito mais e com uma outra disposição. Trabalhar deixaria de ser um "frete", um sacrifício, para passar a ser um prazer diário a que todos gostariam de se sujeitar. Para tal houvesse empregos que respondessem às solicitações de quantos querem sentir-se úteis.