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TUDO É ILUSÃO, DESDE O QUE PENSAMOS QUE PODEMOS AO QUE JULGAMOS QUE TEMOS.

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Dos fracos não reza a história

por migalhas, em 28.09.04
Escrevo... nem sei bem sobre o que escrevo hoje. Talvez sobre as pessoas que teimam em matar-se umas às outras, não compreendendo que, com os seus actos inqualificáveis, privam à sua vítima o direito mais básico que assiste a qualquer ser humano, o direito à vida. Talvez escreva sobre as pessoas que constantemente faltam ao respeito umas às outras. O sustentáculo base da educação e da sã convivência em sociedade. Poderei ainda escrever sobre a ignorância que as pessoas a cada momento demonstram e que contribui para o acumular de equívocos que muitas vezes acabam em situações limites tão ou mais graves que o homicídio ou a falta de respeito pelos seus iguais. Ou poderia deixar aqui umas linhas sobre a falta de interesses, de objectivos que uma grande fatia da nossa população apresenta. Dos desempregados aos reformados, passando por gente mais nova e, à partida, supostamente dotada de outra forma de pensar, muitos são os que desperdiçam os seus dias com banalidades próprias de quem não possui qualquer meta em mente. Limitam-se a existir, a criticar, a falarem mal, a colocarem tudo em causa, a criarem conflitos e a gerarem ambientes negativos por onde passam, em resumo, atrapalhando quem tem responsabilidades concretas e reais diariamente. Poderia escrever sobre inúmeros temas. Mas fosse ele qual fosse, contaria sempre com a presença de um denominador comum a todos eles: o factor humano, as pessoas. As maravilhas que elas, querendo, podem protagonizar, mas também o reverso dessa medalha. O mal, a inutilidade por que, em norma, acabam por optar. Quantas e quantas vezes se ouve falar de delitos, pequenos ou grandes, de atentados à ordem pública, de crimes das mais variadas espécies, que posteriormente se pretendem desculpabilizados pela instabilidade mental dos seus autores? Mas será que para fazer o mal existe sempre uma desculpa válida? Por que será que lhes dá sempre para esse lado? É de pensar que, havendo mal e bem, haveria 50% de hipóteses para cada um deles. Então por que optam invariavelmente pelo mal? Tem ele assim atractivos tão mais aliciantes que o bem? Destruir sempre foi mais fácil do que construir, é verdade. Dizer mal custa muito menos do que elogiar. Apontar problemas é sempre mais prático do que sugestionar soluções. É aquilo que usualmente se denomina de "tendência para a asneira". Algo que começa bem cedo, ainda em criança, e que sem o devido bom senso, que deveria acompanhar o crescimento em direcção à fase adulta, pode tornar-se uma perigosa arma capaz de feitos a todos os níveis reprováveis. E é pena que assim se pense. É pena, porque é muito o potencial que se encontra por aí desperdiçado, simplesmente porque as pessoas não estão para se maçar. É um pouco como os jogadores de futebol pagos a peso de ouro. Joguem bem ou joguem mal, no fim de cada mês têm a sua fortuna disponível na conta bancária. Então para quê esforçarem-se mais, se não ganham mais por isso? Dá mais trabalho, requer mais empenhamento e para isso nem todos estão dispostos. Para esses será sempre mais fácil continuar a falar mal, a implicar com tudo e com todos, a usar o "mexerico" e o "disse que disse", a "lavarem daí as suas mãos", a "sacudirem a água do capote", enfim, a gerarem um ambiente à sua volta que os fará sentir de mal com o mundo e com todos aqueles que passam religiosamente a odiar e a detestar até ao fim dos seus dias de perfeita inutilidade.