Que raio se passa na minha cabeça Que num momento está clara e desanuviada E no seguinte cheia, agastada Cansada e saturada de tudo e de todos
Será sina dos inadaptados? Que avessos a multidões se isolam no silêncio E apenas aí encontram guarida Ficando ao abrigo de quantos se dizem amigo Sob a pele de cordeiro que envergam
Andamos vigilantes pela penumbra Nunca alheios e sempre atentos À mesquinhez, à pequenez, à ganância Dos que lá fora julgam conseguir os seus intentos Acotovelando, ignorando Fazendo da ausência de carácter arma E com ela pura e simplesmente aniquilando
Para eles o meu desprezo Porque o merecem mais do que ninguém E se olharmos com atenção, se virmos bem Se calhar são esse que estão a mais Que fazem desta estadia um inferno São esses os tais
Presunção Cinismo Falta de escrúpulos, de convicção Fingimento, falsidade Arrogância, maldade Tantas nódoas a manchar o pano da sociedade
Para onde caminhamos assim Iremos nós a algum lado? Custa-me acreditar que sim Vendo-me por estes seres rodeado
Por isso busco refúgio no meu canto No silêncio dos meus pensamentos Porque são meus e me dão sustento Para levar esta viagem avante
Eu mais eu Pode não ser igual a egoísmo Mas à soma das minhas forças Na única luta possível Que travo pela sobrevivência Neste mundo distante Neste mundo nada apetecível Onde apenas se move a prepotência E a vontade do homem Em levar-nos à decadência
Porque tenho um blog, sinto uma certa necessidade em mantê-lo actualizado. Não que isso represente uma prioridade para mim, nada disso, mas sinto que o devo fazer. Principalmente por mim, que me propus a este desafio, mas também porque tenho a estranha convicção de que poderá servir de algum consolo a quem inadvertidamente por ele passe os olhos. Será convencimento da minha parte, sequer pensar que um desconhecido possa casualmente escolher o meu blog e nele ler algo que o disponha melhor? Se calhar até será. Mas, em contrapartida, de que serve escrever, deitar cá para fora pensamentos e opiniões, se não forem para ser partilhadas com os outros? É este o espírito que me orienta e que me dá alento para, mesmo de férias e longe de um centro cosmopolita, tentar manter este canal comunicacional minimamente aberto. Para além de que existe toda uma sensação de recompensa de cada vez que alguém se digna a deixar um comentário àquilo que com tanta dedicação escrevemos. Pode parecer parvoice – ou uma vez mais presunção minha – mas escrever implica concentração, dedicação e, acima de tudo, paixão. Ninguém que faça da escrita a sua forma de comunicação por excelência, o faz sem amor à causa. É por isso que o acto de escrever é algo que dificilmente se consegue... descrever. A simbiose dos dedos com o teclado - que de um momento para o outro dão forma às ideias, passadas ao papel num produto final que é o porta-voz da nossa mente – é algo que nos ultrapassa. É como se um estado de hipnose nos conquistasse e nos fizesse seu servo, colocando o que escrevemos à sua mercê. Se no princípio tudo começa por brincadeira, depressa o tempo se encarrega de nos viciar, de nos tornar dependentes de qualquer possibilidade – por muito ténue que se apresente - de tomar contacto com uma folha de papel e nela verter o que nos vai cá dentro. O que nos povoa o pensamento. E é por saber que existem outros bloguista que, tal e qual como eu, partilham desta visão, que sinto como que uma obrigatoriedade de lhes fornecer o pão para a boca, a lenha para a fogueira, o sustento para a alma. E isto sem pretender com este discurso dar mais importância ao que escrevo do que aquela que eventualmente possa ter. Não é isso que aqui está em causa. É porque sinto realmente que faço falta aos outros, da mesma forma que os outros me fazem falta a mim. Pode parecer estranho, admito, mas só para quem ainda não se dedicou a esta novidade que dá pelo nome de blog. Pois uma vez assumida a responsabilidade de dar vida a um, é tal e qual um filho que todos os dias temos de alimentar, para que possa crescer e perpetuar no tempo uma importante parte de nós. A parte que nos imortalizará, em forma de marca, em forma de legado. Para quem quiser ler e, quem sabe, um pouco mais aprender.
Ando neste momento a ler um livro extremamente interessante, que fornece importantes indicadores de grande rigor histórico sobre um tema que mexe com a humanidade desde há dois milénios a esta parte. São muitos e variados os factos que, capítulo após capítulo, vão sendo revelados ou mesmo desvendados e que baseiam os seus fundamentos em pesquisas, em estudos, em teorias, enfim, em pressupostos bem reais e palpáveis. Ao lê-lo, tenho sido alvo de constantes explicações de todo plausíveis para o rumo que o mundo de hoje assume como intocável, mas que, perante esta obra, muito dificilmente assim se manterá por muitos mais anos. Refiro-me à crença de que Jesus Cristo foi um ser divino vindo à terra com o propósito de passar a palavra em relação a uma doutrina que defendia e pela qual terá sido cruxificado. Se esta última parte atesta a verdade dos factos - de tal forma que depois de umas quantas adaptações essa mesma doutrina viria a tornar-se no cristianismo ou na igreja cristã, como hoje é conhecida - já a que se refere à sua faceta divinal deixa imenso a desejar. E é precisamente este ponto que a obra em causa em boa hora vem esclarecer. Estabelecido o cristianismo como a religião do estado romano em 325 d. C. e apanhado o combóio da Bíblia então compilada pelo imperador romano Constantino, o Grande - onde propositadamente foram omitidos os evangelhos que davam conta das características humanas de Cristo - foi a própria igreja cristã que, com o fim único de se defender das crenças pagãs da época e assim ascender a um estado de supremacia totalitarista "impingiu" essa falsa crença de que Jesus Cristo terá sido um deus. E se digo "impingiu", é porque falsificaram a verdade dos factos e rescreveram a história à sua maneira. De facto - e as provas são evidentes e conhecidas de muitos historiadores e do próprio Vaticano, que fiel à sua tradição de desinformação tudo tem feito para que as mesmas não sejam divulgadas - Jesus não passou de um profeta mortal, um grande homem, poderoso, mas apesar de tudo um ser humano, um ser mortal como tantos outros, que viveu há cerca de dois mil anos atrás e que conseguiu, com a força das suas idealogias, criar uma legião de seguidores que começou a tornar-se perigosa demais para o poder da altura. Perante este crescendo exponencial de seguidores convictos da doutrina religiosa de Jesus Cristo, houve a necessidade urgente de colocar um freio nessa aparente bola de neve. Freio esse que foi forjado à custa da mentira e da falsidade. Assim, conseguiu a igreja ascender ao poderio que ainda hoje detêm a nível global, arrastando consigo, e com a sua incrível panóplia de mentiras continuadas, uma enorme multidão de crentes fiéis que se julgam protegidos por uma entidade divinal que, em abono da verdade, nunca o foi. Aliás, e porque era judeu - cujos costumes condenavam na época o celibato e praticamente proibiam que um judeu adulto não fosse casado - Jesus foi de facto casado e, pasme-se, com Maria Madalena! A tal que a igreja tratou de fazer crer que se tratava de uma prostituta, com a finalidade clara de a difamar e assim encobrir o seu perigoso segredo: de que ela fora mãe de um filho de Jesus, dando continuidade à linhagem de Cristo. Claro que estas revelações, a serem divulgadas, deitariam por terra toda e qualquer crença de que o profeta mortal Jesus Cristo pudesse ter sido um ser divino. E é esta a razão fundamental porque todos os evangelhos que descreviam os aspectos terrenos da vida de Jesus tinham obrigatoriamente de ser omitidos da Bíblia por que hoje se regem os fiéis devotos. Convenientemente, digamos. São de facto revelações bombásticas estas, que, a serem devidamente interiorizadas por quantos ainda acreditam em homens que afirmam dizer a verdade a respeito de Cristo e no entanto mentem para esconder o abuso sexual de crianças praticado pelos seus sacerdotes, poderão mudar definitivamente o curso de uma história retorcida e de falsidade que dura há já cerca de dois mil anos. Deixo este artigo como forma de reflexão para quem se queira debruçar sobre este inquietante e "escaldante" tema que, a meu ver, poderá muito em breve deixar de o ser. Para bem da verdade. Para bem da humanidade.
Neste preciso momento em que escrevo este artigo, muitas são as pessoas em todo o mundo que estão a gozar um intenso orgasmo, muitas a sofrer desesperadamente, outras prestes a despedirem-se desta vida e muitas outras prestes a abraçá-la pela primeiríssima vez. Sentimentos díspares e sensações antagónicas vivem-se neste instante um pouco por todo o lado. Se pensarmos na quantidade já quase incomensurável de habitantes que actualmente povoam este grandioso planeta, não estranha que tal aconteça. Se quisermos colocar as coisas a uma escala mais comedida, basta pensar nos inquilinos que habitam o mesmo prédio que nós. São em menor número, é verdade, mas os suficientes para percebermos a complexidade e variedade de sensações que cada um pode estar a experimentar neste preciso momento. Mas onde é que eu quero chegar com este raciocínio, perguntarão vocês e com toda a razão. É simples. Serve esta introdução de metáfora ao pensamento e ao sentimento, características de que é dotado o ser humano desde sempre. Pensar e sentir, a cada momento de maneira diferente. É algo a que não damos a devida importância, por não nos lembrarmos sequer, mas é uma arma potente que usamos com uma frequência assustadora ao ponto de esquecermos que a possuímos. A todo o momento somos postos à prova perante as mais diversas situações - que podem ser meramente sugestionadas, visionadas ou experimentadas - e perante elas solicitados a responder. Só um coração de pedra ou um ser insensível ficará indiferente ao que se passa constantemente à sua volta. E como nós humanos somos dotados desse dom de pensar e sentir a cada milésimo de segundo, é óbvio que reagimos das mais diversas maneiras. Através de um sorriso, de uma gargalhada, de um insulto, de um grito, de um choro, de um simples esgar de desconfiança, mas sempre uma reacção com um significado específico e pré-determinada por essa máquina infernal que é o nosso complexo cérebro. O que me faz pensar no que seria se um dia toda a gente pensasse em uníssono apenas no bem. Apenas em proporcionar aos outros boa disposição, alegria, bem-estar. Que mundo seria esse então. Um mundo melhor, sem dúvida. Um mundo onde as sensações e os pensamentos agradáveis superariam em larga escala os mais negativos – que ainda assim teriam sempre de existir, obviamente – ajudando inclusive a atenuá-los. E com o tempo, sofrer poderia mesmo passar a ser quase como que uma recordação que, a par dos pensamentos a eles associados, teriam tendência a figurar apenas nos livros de história. Como referência, mas acima de tudo como forma de todos recordarem que, um dia neste belo planeta, se viveram esse género de situações, então já muito esquecidas. É apenas mais um pensamento de mais um humano que neste momento se encontra à sua secretária a exprimir aquilo que sente. É bom podermos fazê-lo, só é pena que nem sempre seja da melhor forma. Mas já é bom que haja quem pense assim e que sonhe que este cenário poderia ser uma realidade. Sei que não sou o único e por isso sei que ainda existe esperança. Afinal de contas, somos apenas humanos.