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TUDO É ILUSÃO, DESDE O QUE PENSAMOS QUE PODEMOS AO QUE JULGAMOS QUE TEMOS.

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O drama dos vegetarianos

por migalhas, em 15.08.04
Hora de almoço. Entramos num café, num bar, num restaurante e perguntamos que alternativas existem que não contemplem a carne. Não sei se movidas pela vontade de agradar, se pela ignorância sobre o que acabei de perguntar, as criaturas que se fixam por trás do balcão atingem-me com um role de respostas onde aquilo que não falta é precisamente... a carne! Ele é o folhado de salsicha, a empada de galinha, a coxinha de frango ou aquela “quiche” de legumes e fiambre. Relembradas de que a carne era o elemento “tabu” da questão, as simpáticas criaturas escudam-se na alternativa do folhado misto ou dos croquetes “que são muito bons”! Estarei eu a falar um idioma assim tão complicado de assimilar? Ou será que as pessoas, pura e simplemente, ainda não interiorizaram o conceito de que, hoje e cada vez mais, a tendência aponta para um alimentação onde o elemento carne tende a desaparecer? Bem sei que a oferta continua a dar prioridade a esse elemento cada vez mais em desuso em grande parte dos países do norte da Europa. Atrasados, como sempre, em relação ao que se passa lá fora, é de querer que, mais dia menos dia, as coisas por cá se pautem pelos parâmetros do resto do globo. Porque se há coisas que vale a pena “importar”, esta é, seguramente, uma delas. Resta a esperança, e a força que o cada vez maior número de seguidores desta nova tendência possa ter, para que o estado das coisas vá gradualmente mudando. Mais que não seja para que, aqui e ali, se vá podendo deitar o dente a um folhado ou a uma “quiche” capaz de resistir ao peso da carne e cujo recheio não vá além dos saudáveis legumes. Em vez de uma dor de cabeça, cada hora de almoço seria para os vegetarianos, assim como para os demais, o momento de dar de comer às suas necessidades. Por muito verdes que estas possam ser aos olhos dos que ainda fazem da carne o seu “combustível” diário.

Tempo de ser eu

por migalhas, em 15.08.04
Vive em mim um grito mudo
Que a soltar-se acordaria o mundo
Uma dor continuada comprime o meu peito
Quebra-me a vontade, sinto-me sufocar

Se subisse à mais alta montanha
E perto do céu me confessasse
Seria eu merecedor de perdão?
Ou para sempre viveria preso a essa ilusão?

Quero soltar-me, quebrar os elos
Que me mantêm acorrentado a este meu fado
As forças faltam-me, a mente esmorece
E abandonado ao meu destino
Sinto-me perdido, nada acontece

Àvida de surpresas
A vida encarrega-se de as proporcionar
São muitos os golpes de teatro
Que durante este percurso temos de protagonizar

Cada cena, cada acto
Não tem direito a ensaio
Subimos ao palco e improvisamos
Na esperança de que o desenlace final
Seja aquele que tanto desejamos

É isto a que chamam vida?
É esta a missão que nos está reservada?
Então não quero, recuso
Escolho fugir, subo a parada
Porque se é para ser reprimido, oprimido
que o seja, sim
Mas sem sair ferido

Largo tudo, corro veloz contra o vento
Nada me pode parar agora
que sei qual é o meu destino, aquele que anseio num abraço
e que já não me deixa separar daquilo que faço

era bom, não era?
Poder rasgar o peito e cá para fora soltar
Tudo o que invalida que sejamos realmente nós.

Não adianta chorar
Nem sequer nisso pensar
Ser forte é o que nos resta ser
E levar da vida apenas o melhor
Isso ninguém me pode negar
Isso ninguém me vai tirar.

Todos temos um sonho

por migalhas, em 15.08.04
Todos temos um sonho
Que é belo porque tem de o ser
Porque é forte e não custa ter
Porque sabemos que nunca o iremos viver

Todos temos um sonho
Um sonho de querer, de poder ter
De alcançar limites que não nos é permitido sequer ver
Todos temos um sonho
Mas esse é o sonho onde eu nunca me irei rever

Valerá então a pena sonhar?
Desejar querer, ter, ser?
Para além desta vida algo mais conceber?
Sim, vale a pena
Porque sonhar, mesmo sem poder lá chegar
É permitir-mo-nos soltar
É podermos ambicionar
A um dia para trás olhar e dizer:
Eu estive lá e nunca me irei arrepender.