por ruas e avenidas
aquela rua é a descer
tantas vezes a vi nascer
conheço-a como a palma do meu ser
nela chorei, morri e voltei a viver
acima, abaixo, de coração nas mãos, mãos a acenar por compreensão
mas também avenidas, estreitos becos, praças amplas, ruelas escondidas
a todas e por todas me entreguei
rendido à fúria de querer saber onde me levariam
que nasci sem rumo e sempre o procurei
em parte incerta, sem paradeiro
guiado por aquilo que nem sei e por isso cada parcela desta cidade como destino
no asfalto molhado, seco ou desgastado
desde que um sinal me desse a entender
me fizesse crer que, mais do que um beco sem saída, isto é vida
é pôr-do-sol ao entardecer
é criança inocente a crescer
na ignorância de quem nada pode ou manda
de quem nada sabe ao que anda
inédito de migalhas (100NEXUS_2011)