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Dia da Terra

por migalhas, em 12.08.05
O Dia da Terra, que se comemora esta sexta-feira, coincide, curiosamente, com a notícia de uma possível instalação no nosso país uma central nuclear. Ora aí está uma coisa de que estávamos mesmo a necessitar. Que se lixem os fogos, a falta de água, de escolas, de hospitais, de… tenho de continuar? A justificação para este projecto assenta em exemplos estrangeiros de casos bem-sucedidos, nomeadamente a França e a Finlândia, que conseguiram, segundo os responsáveis do projecto português, reforçar o abastecimento dos respectivos mercados nacionais. A construção de uma estrutura nuclear no nosso país, de acordo com os mesmos, poderia reduzir a dependência do exterior em termos energéticos e ao mesmo tempo ajudar a cumprir o Protocolo de Quioto, no que respeita à emissão de gases poluentes. Isso se a coisa não desse para o torto, algo que seria de todo provável atendendo à nossa apetência para a asneira, e houvesse um descuido de consequências desastrosas como as de Chernobyl, só para referir um exemplo. Querermo-nos comparar a países de facto evoluídos onde as coisas não acontecem por mero acaso, parece-me a mim ser um pouco pretensioso de mais. Ainda se houvesse antecedentes que nos dessem alguma garantia, mas a verdade é que olhamos para o panorama geral e, invariavelmente, ocupamos a cauda da tabela em tudo o que sejam desgraças. Por isso, penso que dispensamos muito bem mais uma e esta, ainda por cima, de dimensões que nem nos passam pela cabeça. Admitamos que não temos capacidade para um empreendimento desta envergadura. Não nos fica mal admiti-lo. Pior, ficará tentar justificar a incompetência que um dia mais tarde forçosamente dará origem a uma catástrofe, na qual nunca teremos mão. Por muito que nos custe. Hoje que se comemora o Dia da Terra, não me parece que esta monstruosidade seja a melhor prenda que lhe possamos oferecer. Logo a ela, que tudo nos dá de forma incondicional.

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