nunca mais
por migalhas, em 23.02.11
o que fazer quando nunca mais?
Chegado o momento do fadado adeus
que o que foi não volta a ser
por doce que tenha sido ou amargo como fel
levado na correnteza deste caudal de tantas vivências
hoje apenas fogachos, breves lampejos do que então foi tudo, agora nunca mais
os anos somam-se, subtraindo-nos as forças e o discernimento
varrendo-nos quantas memórias e, das que ficam, a desvanecê-las
esquartejadas, retalhadas
numa imensa amálgama, às tantas já sem nexo
do que fui, vivi, sonhei
daquilo que sei este é mais um que não volta mais
nunca mais
para todo o sempre passado
no espaço e no tempo congelado
sem certeza ou indício do que me está destinado
inédito de migalhas (100NEXUS_2011)