calma aparente
por migalhas, em 05.05.09
a calma aparente vive aqui ao lado
paredes meias com um estado dormente
qual animal por demais esfomeado
suspenso num tempo sempre latente
é só passar a ombreira daquela porta
atravessar a fronteira que não demora
e num fugaz hiato encontrar-lhe o anonimato
veste de paz, serena no seu estar
ela que não se deixa enganar
no propósito bárbaro de nos fustigar
apenas eu sou levado ao engano
de que passada a ténue linha que nos separa
sobre o passado passo um pano
e desse nada se me depara
um novo mundo que me acena e me tenta
como coisa rara
maior a tormenta