Aquele banco parado
Olhei aquele banco, ali parado
Sempre ali, a cada dia
Olhei-o e pareceu-me majestoso na sua inalterável postura de banco quieto, sempre parado
E ele a olhar em seu redor, altivo e quieto
Um simples banco majestoso
Ali parado e a ver mais do que eu, que nunca paro
O tempo por ele passa e deixa as marcas que deixa em mim
Mas ninguém as entende nele, nem em mim
Se escrevo, se sinto esta ânsia e por ela quase morro, ninguém o entende
Não se percebe o porquê
Mas aquele banco sim
Aquele simples banco olha-me como eu não o vejo a ele e ele entende-me o porquê
E se o vejo assim, tão quieto a atentar em seu redor
É porque ele sabe de mim, das minhas razões, teve tempo de as entender
Assim quieto, assim atento a tudo em seu redor
Até em mim