Ontem foi dia grande
Ontem foi dia grande culminado em serão maior.
Ao apelo lançado, uma vez mais ocorreram quantos estão sempre, são sempre, intemporais companheiros com quem aprendo a ser sempre mais.
Sala cheia e o nervoso miudinho que não se esconde e me expõe o lado mais acanhado.
A introdução de Marcos Pinto, a lançar os dados e a levantar a ponta do véu que tanto parece querer esconder em apenas 100 páginas.
Depois a minha confissão, o que ali fiz, que pecados cometi e que redenção procuro naquelas tantas linhas de texto que se perfizeram de uma ainda mais abissal profundeza.
E depois o orgulho, admito, o orgulho de poder carimbar cada exemplar, desta vez dando nome pela minha própria mão nervosa, dando nome a cada palavra, frase, capítulo ali partilhado ao longo das cerca de 100 páginas desta montra agora aberta aos olhos de todos.
Da noite de ontem fica a certeza, pelas palavras do mestre António Lobo Antunes, de que
"É bom conhecer quem me lê, afinal existem leitores, os livros não saem sozinhos das livrarias, sinto-me grato".
Sinto-me grato, de facto. Mas mais do que grato, um privilegiado por poder sentir ao meu redor tanto carinho e atenção, a que espero poder corresponder com mais esta minha viagem literária.
A quantos estiveram presentes, a quantos dedicarem agora um pouco da sua vida a esta minha viagem, o meu maior e sentido obrigado. Porque só havendo alguém desse lado, poderei continuar eu, deste lado, em paralelo a todos vós, crente de que vale a pena continuar, crente em que é, efectivamente, por aqui o meu caminho.