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TUDO É ILUSÃO, DESDE O QUE PENSAMOS QUE PODEMOS AO QUE JULGAMOS QUE TEMOS.

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"A Montra Das Vidas Errantes" - Capítulo 1

por migalhas, em 03.12.08

Tudo na vida tem um princípio, um meio e, consequentemente, um fim.

A própria vida começa num nano segundo, fruto de uma incrível e improvável combinação que despoleta um processo que, daí em diante, avança a uma velocidade vertiginosa, impossível de controlar seja por quem for e que só termina na hora da nossa morte.

Mas há quem defenda que existe uma outra vida que nos acompanha passo a passo, tal e qual uma rua ou caminho paralelo àquele que todos os dias cruzamos e que julgamos único. Dessa vida, que passa por todos nós sem dela darmos conta, faz parte todo o conjunto de alternativas que nesta não se concretizam pelas mais variadas razões. Coisas que aconteceriam se, num ou em mais determinados momentos da nossa vida, tivéssemos feito isto em vez daquilo, tivéssemos optado por seguir por aqui e não por ali, temos tentado isto na vez daquilo. Dá que pensar, pois tudo teria sido realmente diferente. Com outras consequências, que obrigariam a rescrever toda a nossa existência, aquilo que somos ou aquilo que, devido aos nossos actos, se procedeu assim e não de qualquer outra forma. Somos aquilo que decidimos ser. Num acto assumido, voluntário, tomado aquando da sua chamada. No momento da verdade, escolhemos. De livre e espontânea vontade. Sem pressões, ou a elas sujeitos, a verdade é que imperou o livre arbítrio. E é esse que nos guia através de uma existência que é esta e não outra. Actos, atitudes, decisões, todas passaram pelo nosso crivo e com mais ou menos quorum, todas foram votadas num único sentido, aquele que julgávamos o mais correcto, o mais justo ou simplesmente o mais adequado face à situação ou período em que nos encontrávamos. Tudo foi ponderado, presume-se que bem, e de nada adianta vir agora com arrependimentos tardios.


“Se tivesse feito assim, quem sabe teria acontecido assado”.


Ou a eterna incerteza, a inquestionável dúvida, que nos persegue vida fora sobre aquilo que, a cada dia, resolvemos fazer. Por que sabemos que existe uma outra face - existe sempre, como uma sombra, uma nuvem ameaçadora que paira bem acima de cada um de nós -, que mais não é do que a versão do que poderia ter acontecido em vez de, mas que nunca ganhou forma. E é por isso que essa será sempre, apenas e só, a maior das suposições que jamais habitará a nossa mente, a mente humana.

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