Já 3
Há 3 anos perfizeste-te.
Recuo no tempo e penso-te infinitamente frágil, o culminar de tantos dias de expectativas e nesse dia tu.
Só tu e mais nada, quase mais ninguém, não fosse a tua mãe, cansada de tão feliz, por te ter permitido seres quem eras, real.
A felicidade era-nos por todo, dos sorrisos nervosos ao futuro que, por momentos breves, o de te ver nascer, esquecemos, pois que tudo estava bem e bem haveria de ser.
Era a hora de te saborear, de te olhar nos olhos, que nem abrias ainda, e falar-te:
- Estamos aqui ! Somos nós!
E tu serena, na calma de quem acabava de chegar de uma longa viagem, agora sem planos, nem malas para desmanchar.
Chegaras a bom porto, o que daí em diante seria abrigo seguro ao teu evoluir, na sequência de tantos dias passados.
Hoje, tantos dias depois, és a palavra que ainda não encontro, ainda não sei pronunciar, és o meu ar, isso eu sei, aquela de que me irei para sempre orgulhar.
Tu, a minha Sara, 3 anos após aquele dia sem igual, aquele em que te perfizeste real.
Deixo-te o desejo de pai que cada ano que somes sejam quantas alegrias desejes.