A seu contento
A vida ensina-nos, guia-nos, leva-nos a seu contento, fazendo-nos crer que tal é feito nosso. Mais recentemente, coisa de poucos dias, dou comigo a tentar nova proeza. Nem sei se movido por um interesse de me fazer alguém nesta arte ou se apenas e só por necessidade de ser eficaz em rapidez q.b.. É a minha Sara, a pequenota que quase a perfazer a idade de 3, atravessa a fase difícil, pois que é para si grande o desafio, de largar as fraldas, durante a noite, durante a sesta da tarde, sempre que dormir é a sua tarefa. Mas como tudo nesta vida, a que nos ensina, guia e encaminha a seu belo prazer, também este empreendimento é enorme, pois que enorme é a responsabilidade inerente à conquista da autonomia, ainda assim não tão enorme como conservá-la, uma vez atingida. De momento na fase primária, a de consegui-la, a pequena tem dado água pela barba cá do seu pai, e mesmo da mãe, que não a tem. E ele é o assalto, que subjacente a qualquer acontecimento inesperado, mormente quando a meio da noite, entre sonos que se querem tornar mais profundos, que nos toma o fôlego e nos faz agir sem discernimento de quem nem acordado, nem em parte certa, nem desperta, e tudo tenta para evitar nova façanha. Bravos os intentos, quase sempre a esbarrarem nos dela, que nos presenteia com nova avalanche a pedir nova muda, de tudo, de cada peça de sua cama. E quais mortos-vivos, ambos os progenitores fazem-se a uma vida que não é costume a meio da noite, entre sonos que se querem tornar mais profundos, para em rapidez q.b. retomarem a normalidade de um sono que, também ela, pretende e deseja retomar, sem mais percalços. São fases, senhor, são fases. Mas que esta seja breve, nos tome pouco tempo. Sob sério risco de, não de noite, naquela em que por norma se perfazem os sonos, os profundos e também os outros, mas de dia, quando a vida desperta, e nós com ela, ao sono sucumbirmos e atrasarmos o passo, aquele que mesmo não sendo nosso, é o passo que ela, a vida, sempre atenta nos orienta e com ele nos tenta.