Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

100Nexus

TUDO É ILUSÃO, DESDE O QUE PENSAMOS QUE PODEMOS AO QUE JULGAMOS QUE TEMOS.

facebook

Amor sem tempo

por migalhas, em 14.02.08

Hoje diz-se dia do amor. Daquela estranha sensação que começa do nada, da pequena fagulha que depois se empolga, ganha confiança e se propaga, avança, alastra a todo o corpo, veste-o, violenta-o, como o fogo que incendeia louco, devasta matas e árvores e todo o coração que se lhe atreve ao caminho, e segue, segue sem se imaginar a morrer, não agora, não em breve, não nunca. Por isso um único dia seria sempre pouco para tamanho empreendimento. Pois que tudo se hipoteca em seu nome, tudo se lhe disponibiliza, o que se tem e o que ainda não se imaginou sequer possível de se ter. E nunca um dia, dois, os que fossem. Nem duas vidas, quantas vezes. Ou não fosse essa coisa a que chamam de amor a mais impossível definição, a mais improvável sensação, a mais inconcebível certeza, tudo e nada, céu e terra, o céu em terra. Nada se constrói como se constrói o amor. Leva todo o tempo, o que se tem e o que ainda não se imaginou sequer possível de se ter. Por vezes nem duas vidas, por vezes nem todo o tempo que alimenta o universo. É assim o amor. Incontável, imensurável, impossível, improvável, inconcebível. E não adianta tentar defini-lo, tentar aprisioná-lo ou sequer domá-lo. Pois isso não seria amor, pois isso não seria amar.

 

© Copyright Migalhas (100NEXUS_2008)

2 comentários

Comentar post