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TUDO É ILUSÃO, DESDE O QUE PENSAMOS QUE PODEMOS AO QUE JULGAMOS QUE TEMOS.

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Nem belos prados

por migalhas, em 02.11.07

Sou peão incauto neste comum xadrez

Mundo redondo de 4 cantos

Um dia é tudo, tudo de uma só vez

Outros há que morro mudo, intoxicado

Tormentos mil que me sufocam

Outros tantos são desencantos

 

De um lado os fracos e mais uns quantos

Do outro reis, senhores, selvajaria

Iludidos por igual servem-se de bandeja

Crentes na palavra vã que a ninguém deseja

 

Chove forte mas é no molhado

Água cansada que já nada lava

Soterra-se de cimento este belo prado

Precipitado que está o nosso fado

 

Neste papel dúbio de face única

Lê-se nas entrelinhas o que nos está destinado

Velhos guerreiros perdidos na bruma

Um virar de página de coisa nenhuma

 

Querem ser tudo, sabendo-se nada

Só onde não pisam a flor desabrocha

É rir da morte, coisa sem piada

É onda viril, suicida na rocha

 

Não somos de ninguém

Nem da noite eterna

E aquilo que somos

Também não há quem saiba bem

 

Talvez bravos heróis, até que enganados 

Talvez apenas gente, simples, indiferente

 

Ou vultos ignorados

Contornos em esboço

Todos por igual ao esquecimento votados

Arrastam-se penosos, acorrentados

à pesada sombra de quantos se viram derrotados

 

O que fica é a imagem, que vai desfalecendo

Sem forças morrendo, a cada novo momento

Esmorecem os cânticos, outrora entoados

Já nada se vê, nem mesmo os belos prados

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