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TUDO É ILUSÃO, DESDE O QUE PENSAMOS QUE PODEMOS AO QUE JULGAMOS QUE TEMOS.

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Valores trocados

por migalhas, em 17.09.07

A tacanhez humana chega a ser ridícula.

Sem disponibilidade para o que deveria ser de importância fulcral e, dessa forma, prioritário nas suas vidas, o comum humano dedica-se a escalpelizar temas que vão surgindo amiúde, como oportunas distracções para as suas mentes interditas a assuntos de facto relevantes.

Ele foi o muito badalado, mas nem por isso elucidativo, caso de pedofilia que envolveu altas individualidades da nossa praça e alunos da Casa Pia, depois o tema que abalou esta época balnear nacional, o desaparecimento da pequena Maddie, que por ser estrangeira congregou a simpatia da generalidade deste nosso pacato, acolhedor e provinciano povo, e, mais recentemente, a já famosa cena de pugilato do nosso, até então, exemplar e heróico seleccionador nacional de futebol. Temas sobre os quais todos tinham opinião formada e, mais do que isso, teorias perfeitamente possíveis e sustentadas. Mas se um homem devoto à paz (prémio Nobel dessa mesma paz) líder espiritual de uma das mais marcantes religiões universais resolve presentear-nos com a sua visita, por que razão de imediato toda a gente de responsabilidade lhe volta costas e escusa-se a recebê-lo condignamente? Por medo de represálias de terceiros? De terceiros esses que invadiram, já em pleno século XX, barbaramente o seu país de origem e com isso obrigaram-no a um exílio forçado? Que receosos da verdade, daquela que sempre sai da sua boca, fazem uso da sua influência global para amedrontar os que ousem contradizê-los e assim se tentarem a agir de acordo com o coração? Neste caso, torna-se difícil conseguir mais do que uns poucos segundos de atenção a quem quer que seja, ou mesmo conseguir arrancar mais do que meia dúzia de palavras soltas e sem nexo de quem se refugia em desculpas do mesmo teor. Ou a prova de que quando se trata de assuntos que dizem respeito à paz, ao bem-estar, à preocupação real com o mundo actual, neste caso pela voz de um dos seus mais importantes e activos defensores, a disponibilidade seja quase nula, tirando algumas, raras, excepções. E ainda há quem se admire com o estado do mundo, pleno de intranquilidade, insegurança, insensatez, instabilidade, intolerância, sem vislumbre de uma paz duradoira. Ora se nem para um dos seus maiores defensores existe vontade em dialogar, coragem de com ele trocar experiências, aprender, como será possível que essa paz algum dia possa vir a ser uma realidade? Fica o desabafo. Mais um.  

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