É importante começar por frisar que nem eu nem os milhões de cidadãos por esse mundo fora súbita e inesperadamente alvejados por essa bombástica notícia, podem assegurar que Bin Laden tenha efectivamente morrido ou sido morto às mãos das forças especiais de intervenção norte americanas. Por que a notícia em si carrega consigo desde a primeira hora um punhado de pontas muito soltas, por que a cada dia que passa novos dados vêm a lume contradizer a versão oficial dos factos, por que, e mais uma vez, o nome desta persona non grata surge numa altura e cenário de todo convenientes, à imagem do que já anteriormente tinha acontecido na era Bush Júnior. E se antes o súbito ressurgir do mais procurado terrorista à escala mundial serviu, e bem, os intentos da campanha de Bush, por que não dar continuidade a essa valiosa arma de influência massiva, usando-a como cenário de um enorme feito por parte da administração Obama, principalmente num momento difícil e crucial como este, em que em causa está, tão só, a reeleição para novo mandato na Casa Branca? Se Bush, que era um verdadeiro cowboy, nem capturar o conseguiu, que dizer deste herói à Americana, que não só o foi descobrir num complexo residencial de alta segurança ali para os lados do Paquistão, como ainda ousou penetrar nesse refúgio para, em escassos 40 minutos, enviá-lo desta para melhor? Querem melhor? Tanto em eficácia como na segurança que de tudo isto se depreende? Que mais podem os americanos do norte exigir? Perante estes factos (com pouco de concretos, muito de duvidosos, mas que se lixe, o Obama diz que o gajo está morto!), o mediático Donald Trump que desculpe, mas vai ter esperar por uma próxima ocasião. E, quem sabe então, caso pretenda ser igualmente bem-sucedido, também ela à boleia deste que agora dizem que morreu, mas que eu não acredito. Talvez por que não seja norte-americano. Talvez por que me considere possuidor de, pelo menos, dois palmos de testa.
Estes são os oito livros finalistas do Prémio Literário Casino da Póvoa, cujo vencedor será anunciado durante a próxima edição do festival Correntes d'Escritas, que começa a 21 de Fevereiro.