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100Nexus

TUDO É ILUSÃO, DESDE O QUE PENSAMOS QUE PODEMOS AO QUE JULGAMOS QUE TEMOS.

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raízes e folhas sós

por migalhas, em 26.01.11

"Raízes e folhas sós são estas,

perfumes dos bosques desabitados e das margens dos lagos,

perfumes para os homens e as mulheres,

azedas e cravos de amor, dedos que se retorcem e apertam mais do que as vinhas,

fluxo da garganta dos pássaros ocultos na folhagem das árvores quando o sol nasce,

brisas da terra e do amor que partem das praias vivas para vós, sobre o mar vivo para vós, ó marinheiros!

Morangos com gelo e frescos ramos do terceiro mês para os jovens que vagueiam pelos campos quando o Inverno já se retira,

corolas de amor perante ti e dentro de ti sejas tu quem fores,

corolas que se hão-se abrir à maneira antiga,

se lhes trouxeres o calor do sol, abrir-se-ão, adquirindo forma, cor, perfume para ti,

se te transformares em alimento e humidade elas transformar-se-ão em flores, altos ramos e árvores."

 

Walt Whitman (1819 - 1892)

tempo

por migalhas, em 16.01.11

"Vivo em várias épocas como um insecto no âmbar, imóvel e por isso fora do tempo, porque os meus membros não se mexem nem projectam nenhuma sombra na parede, submerso numa cave como no âmbar imóvel e por isso inexistente.

 

Vivo em várias épocas, imóvel mas provido de todos os movimentos, porque habito no espaço e pertenço-lhe e tudo o que é espaço concede-me o seu toque, uma forma transitória.

 

Vivo em várias épocas, inexistente, dolorosamente imóvel e dolorosamente móvel e na verdade desconheço o que me é dado e o que me é retirado para sempre."

 

Zbigniew Herbert (1924 - 1998)

o mundo

por migalhas, em 15.01.11

"O mundo é um pensamento encadeado. Quando algo se consolida, os pensamentos libertam-se. Quando algo se destaz, os pensamentos encadeiam-se."

 

Novalis (1772 - 1801)

11.1.11

por migalhas, em 11.01.11

o dia como o ano

a capicua que não voltará

como o homem, cada um de nós

cujo começo é cópia do seu fim

do nada surge para ao nada se entregar

sem o que seja que consigo leve

ou tenha protagonizado

ashes to ashes, dust to dust

num nada continuado que a outros se propaga, a todos

que de cada um nada fica, senão breves memórias depressa varridas pelo tempo que urge em lembrar os que virão

nada nem ninguém se repete, que cada um é, foi, será, como cada qual

assim nesta progressão que apenas olha adiante

que para a frente é o caminho

e dos fracos não reza a história

 

inédito de migalhas (100NEXUS_2011)

existência

por migalhas, em 05.01.11

e cá estamos nós a bordo deste 2011

finda a primeira década deste recente século XXI, eis-nos a todos neste ano acabado de estrear e que abre as portas à igualmente estreada nova década

de quê, ninguém sabe ou sequer se tenta a adivinhar

que o que ficou desta primeira dezena não deixa saudade, nem tão pouco faz adivinhar melhores dias

mas vamos, em fila, uns atrás dos outros, como cordeirinhos de Cristo seguindo este tapete rolante que nos há-de guiar a algum lado

dizia o hino que “nos há-de guiar à vitória”

quero querer que sim, que ganhar é agradável

seja o que for, que isto de jogar a vida “a feijões” não tem qualquer interesse

por isso aqui deixo este interessante pensamento que, quiçá, poderá servir de motivação para este 2011

a todos um excelente ano

 

Para viver é preciso coragem. Tanto a semente intacta como a semente que rompe a casca têm as mesmas propriedades. No entanto, só a que rompe a casca é capaz de se lançar na aventura da vida. Essa aventura requer uma ousadia única: descobrir que não se pode viver através da experiência dos outros, e estar disposto a entregar-se. Cada existência é diferente da outra. Seja o que for que me espera, eu desejo estar com o coração aberto para receber

Kahlil Gibran