Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

100Nexus

TUDO É ILUSÃO, DESDE O QUE PENSAMOS QUE PODEMOS AO QUE JULGAMOS QUE TEMOS.

facebook

Poção mágica

por migalhas, em 30.06.06

Tem já muitos anos de vida, mas só agora veio a público a sua verdadeira composição. Há muito que motiva povos de todo o mundo, anima festas e festarolas e mata a sede em pleno Verão. É senhora de diferentes tonalidades, consoante as variedades, e possui propriedades nutricionais essenciais, vitaminas do complexo B, polifenóis, fibra solúvel, minerais e álcool. Para além disso, tem a vantagem de ser pobre em lípidos e açúcares, o que a torna presença obrigatória em qualquer dieta saudável. Mas vamos aos pormenores que compõem esta refrescante poção mágica, que já me está a dar água na boca:


1. 93% de água. Os adultos necessitam de mais de dois litros de água por dia. Comparada com outras bebidas alcoólicas, esta combate melhor a sede pelo seu alto conteúdo de água, que compensa os efeitos desidratantes do álcool;

2. Álcool (etanol) 3,4%/9%. Se for ingerido em doses moderadas, o álcool contribui para evitar a acumulação de gordura nas paredes arteriais;

3. Hidratos de carbono 2% a 3%. Proporciona cerca de 15 g da maior fonte de energia do corpo humano;

4. Calorias. 33 cl desta poção contêm cerca de 150 kilocalorias (menos 60 do que um refrigerante de cola), com a vantagem acrescida de não provocar cáries. Até para a saúde dos dentes é recomendada!


5. Gorduras. Zero!


6. Magnésio (48 mg, 12% da Dose Diária Recomendada) e silício (6 mg). O seu consumo propicia uma maior densidade mineral nos ossos, actuando como factor preventivo face à osteoporose;


7. Potássio (190 mg, 12% da DDR). Compensa a perda excessiva deste mineral através da urina, importante na prevenção das cãibras musculares;

8. Vitamina B12 (0,8 mcg, 48% da DDR). Produz serotonina e dopamina, as duas substâncias químicas responsáveis pela sensação de bem-estar;

9. Vitamina B2 - Riboflavina (8% da DDR). Contribui para o crescimento da pele, do cabelo e das unhas e também actua como cicatrizante;

10. Vitamina B5 - Ácido Panthoténico (4% da DDR). Sintetiza os lípidos e o açúcar dos alimentos. Essencial para digerir as batatas;


11. Vitamina B3 - Niacina (6 mcg, 8% da DDR). Ajuda a queimar os hidratos de carbono e as gorduras, e atrasa a formação de cabelos brancos.

 

Posto isto, quem é que ainda vai ter coragem de pensar duas vezes antes de beber uma cerveja bem geladinha num dia de intenso calor? Bem me parecia. Já agora, espero que amanhã possamos vir a beber as que conseguirmos aguentar, já no rescaldo de mais uma vitória da nossa selecção, rumo à grande final de Berlim, no próximo dia 9.

Comes & Bebes

por migalhas, em 28.06.06

Apenas como curiosidade, refiro aqui neste espaço, dedicado aos assuntos mais variados, que, até agora, foram consumidos lá para os lados daquele país onde se realiza um torneio qualquer de futebol de onze, mais de 2,5 milhões de litros de cerveja e qualquer coisa como 1,73 milhões de salsichas. E isto diz apenas respeito aos recintos especialmente criados para os adeptos sem bilhete, onde estes podem assistir aos jogos em ecrãs gigantes e vibrar com os desempenhos das respectivas selecções. Juntar estes números a tudo o resto que se consome nos próprios estádios, restaurantes e cafés das redondezas, deve dar uma soma bonita, deve! O que me leva a concluir que, ver este desporto em que 22 homens de calções e t-shirt (mais três que vestem de negro como se estivessem de luto) correm durante hora e meia atrás de uma bola com o intuito de a colocarem num pequeno espaço delimitado por uma rede e uma linha branca desenhada na relva, dá fome e muita, mas mesmo muita, sede também.

Um Senhor

por migalhas, em 28.06.06

Apaixonou-se pelo cinema aos três anos, quando a mãe o levou a ver Branca de Neve e os Sete Anões, mas foi apenas aos sete que a ideia de fazer filmes lhe surgiu pela primeira vez. Assistia a “The Black Swan” (1942), um filme de aventuras de Henry King. A entrada no mundo do espectáculo aconteceu, porém, através da escrita. Aos 15 anos começou a escrever textos humorísticos para programas de televisão e de rádio. “The Ed Sullivan Show”, “The Tonight Show” e “Your Show of Shows”, foram alguns dos programas de êxito da televisão norte-americana em que trabalhou como guionista. Nos palcos de Nova Iorque deu nas vistas com os seus números de stand up comedy, de tal modo que em 1965 foi convidado para escrever o argumento do filme “What’s New, Pussycat?”. Um ano depois, estreava-se como realizador com “What’s Up, Tiger Lilly?”, uma adaptação de uma película japonesa. Desde então não mais parou. Em quase 40 anos realizou 40 filmes, dos quais 4 para a televisão e participou como actor em 28. Depois de “Matchpoint” (2005), está já prevista para 2006 a estreia do seu 41.º filme, “Scoop”. Oscilando entre a comédia e o drama, questiona constantemente as relações humanas, colocando-as com mestria em cada uma das suas obras de arte. Recebeu 20 nomeações para os Óscares nas categorias de melhor argumento original (mantém um recorde nesta categoria, com 14 nomeações), melhor realizador e melhor actor principal, das quais alcançou apenas duas estatuetas (para melhor argumento original e melhor realizador por “Annie Hall”, em 1978). A título de curiosidade, destaque-se o facto dos genéricos, inicial e final, dos seus filmes se resumirem quase que invariavelmente a um desfilar de letras brancas, do tipo windsor, sobre fundo negro, ao som de música jazz. Um dos seus cenários favoritos é a cidade de Nova Iorque, recusa-se a ver os seus filmes depois de estrearem e raramente está presente nas cerimónias de entrega de prémios, excepção feita ao ano de 2002 quando assistiu ao Festival de Cinema de Cannes para receber a Palma das Palmas.

 

São suas as citações que se seguem e que dizem tudo, ou quase, sobre este mestre da palavra.

 

“Não quero alcançar a imortalidade através do meu trabalho. Quero atingi-la não morrendo.”

 

"Não temo a morte. Só não quero é estar presente quando ela chegar."


“Basicamente sou uma pessoa pouco culta. Prefiro ver basebol com uma cerveja e algumas almôndegas.”


“O dinheiro é melhor do que a pobreza, nem que seja por motivos financeiros.”


“Se o meu filme fizer mais alguém miserável, sinto que fiz o meu trabalho.”


“Por alguma razão sou mais apreciado em França do que na minha terra. As legendas devem ser incrivelmente boas.”


“Os dois maiores mitos sobre mim são que sou um intelectual, porque uso estes óculos, e que sou um artista, porque os meus filmes perdem dinheiro.”


“O meu único arrependimento na vida é não ser outra pessoa.”


“O homem foi feito à semelhança de Deus. Acredita realmente que Deus tem cabelo ruivo e óculos?”

Felizes da vida

por migalhas, em 26.06.06

Enquanto as grandes potências mundiais, os chamados tubarões, se focam essencialmente no crescimento industrial, no aumento do Produto Interno Bruto (PIB), na escalada desenfreada da competitividade face aos demais gigantes, eis que surge agora um exemplo que dá que pensar e, quem sabe, ponha algumas dessas nações a reequacionar certas prioridades para o futuro. O modelo vem do Butão, um reino minúsculo doss Himalaia, que decidiu dedicar-se a uma outra vertente bem mais saudável de crescimento: o da sua Felicidade Nacional Bruta (FNB). O PIB do Butão é somente de 500 milhões de dólares, quase nove mil vezes inferior ao do Japão, por exemplo, mas nada que os preocupe por aí além. À cabeça das suas prioridades está aquela que deveria ser a causa mais comum e natural em cada canto do mundo: a felicidade individual de cada cidadão. Tendo em conta quatro factores base - o desenvolvimento socioeconómico duradouro e equitativo, a preservação do meio ambiente, a conservação e promoção da cultura e a prática de bons governos -, este modelo de desenvolvimento visa ser o oposto daqueles a que se assiste em grande parte do mundo civilizado e que, infelizmente, se reflecte tão só numa divisão clara entre nações ricas e nações pobres. Para os governantes do Butão, nada disso interessa. Interessa sim que os seus habitantes sejam felizes, vivam de forma saudável e que cada uma das suas crianças atribua às questões do meio ambiente a importância de que elas realmente carecem.  Porque é na preservação da natureza que tudo deve ser apostado, sob risco de, muito em breve, não sobrar nada do pulmão que nos fornece o ar que ainda respiramos. O Butão pode ser de facto pequeno em área, em população, no próprio PIB. Mas no que concerne às preocupações ambientais, ao bem-estar do ser humano, à ideologia que defende, são de facto gigantes. Bem mais gigantes do que todos aqueles que assim se afirmam, baseados exclusivamente no poder do dinheiro e de todas as riquezas materialistas que apenas conduzem a um cada vez maior abismo entre ricos e pobres, entre luxo e miséria, entre excessos e carências básicas. Ponham os olhos nesta conduta e aprendam. Porque a vida é essencialmente felicidade, acima de qualquer outra coisa.  

Em tons de Verão

por migalhas, em 21.06.06

E pronto. Cá está ele. O mais aguardado, o mais desejado, o santo Graal anual por que cada um de nós anseia a cada dia. A sua chegada está marcada para as 13:26 em ponto, para ficar até à madrugada de 23 de Setembro. Hoje é portanto o dia mais longo do ano, mas os mesmos começam a diminuir já a partir de quarta-feira, até ao solstício de Inverno, a 22 Dezembro, quando os dias são os mais curtos do ano. Embora seja a altura do ano em que faz mais calor, curiosamente é também aquela em que a terra está mais afastada do Sol. Mas nem todos no globo estão neste momento a delirar com a sua chegada, pois ele começa hoje no hemisfério Norte (o nosso), mas na parte Sul do planeta, a oposta à nossa, começa o Inverno, a estação antagónica ao Verão em todos os aspectos. Nos pontos mais afastados do equador, nos pólos, a diferença entre os dias e as noites é ainda maior. Se no pólo Norte se vive agora «o Sol da meia-noite», a Antárctida está agora sob uma longa noite polar. Marcado pelos dias de sol, o primeiro dia do Verão é também o Dia do Relógio de Sol, o mais antigo e infalível instrumento de medir o tempo, e para muitos o princípio de uma época de férias, calor e praia, ou não significasse a palavra Verão, do latim vulgar «veranum», tempo primaveril. Este ano a festa pode ser ainda maior, para isso a nossa selecção se associe aos festejos e nos brinde com uma saborosa vitória sobre a sua congénere mexicana, naquele que é o nosso derradeiro jogo da fase de grupos. Já em tempo oficial de Verão, às 15h00, será dado o pontapé de saída deste jogo que vai obrigar a mais uma pausa no ritmo de trabalho dos portugueses, para desagrado da grande maioria das entidades empregadoras. É a força do futebol, que a tudo se sobrepõe e que, quer queiramos quer não, continua a comandar-nos a vida. Que o Verão comece. E que este seu primeiro dia fique igualmente marcado por mais um sucesso das nossas cores.  

Vamos à la Playa

por migalhas, em 19.06.06

Agora que o Verão está mesmo aí à porta (é já na próxima quarta-feira, 21 de Junho, que pelas 12h26 se dá o solstício), o mesmo é dizer que se avizinham dias e dias dedicados à praia, talvez seja bom ter contacto com as novas regras já em vigor para esta época balnear. Assim, esqueçam a balda que era a ida a banhos, pois agora a coisa fia mais fino. E não julguem que é por andarem de biquíni ou de calções que não vos vão ao bolso. Portem-se mal e é isso mesmo que acontece. Banhistas, nadadores-salvadores ou concessionários das praias (normalmente os proprietários de restaurantes e bares que, para obterem licença, pagam ao nadador salvador e suportam os custos das infra-estruturas de apoio à praia), todos estão sujeitos a multas que vão dos 55 aos 1.000 euros, caso o seu comportamento fuja ao que agora está estipulado. E são cerca de 20 as infracções em zonas balneares e praias fluviais que estão sujeitas à aplicação de coimas. A saber: Quem entrar no mar com bandeira vermelha (que proíbe a entrada na água) e quem nadar com bandeira amarela (que permite a entrada na água, mas proíbe nadar) vai pagar pelo menos 55 euros de multa. Por outro lado, quem utilizar material de desporto náutico, como motas de água, fora das zonas permitidas pela lei, também fica sujeito a uma multa a cobrar pela polícia marítima. Já para os nadadores-salvadores, as multas vão ser aplicadas aos que não estiverem nos locais e horas para que foram contratados, os que se afastarem da área de socorro, os que tiverem comportamentos negligentes nas zonas de banhos e os que não cumprirem as instruções sobre o estado do mar fornecidas pela autoridade marítima. Quanto aos concessionários das praias, também podem ser multados se procederem à abertura ou encerramento da zona balnear antes ou depois do período para que foram autorizados ou se usarem as infra-estruturas para fins diferentes do acordado. Resumidamente, é com estas linhas que, a partir de agora, se cose quem quiser dar um saltinho até à praia. Ou respeitam, ou talvez seja melhor fazerem-se acompanhar de um porta-moedas generoso, pois eles vão andar aí. Apenas como sugestão, sugiro uma lei específica apenas para o género feminino a entrar em vigor o quanto antes. Assim sendo, proponho que se cobrem coimas a todas as jovens que se apresentem exageradamente cobertas, coimas essas que deveriam aumentar de valor na proporção directa da qualidade do espécime em causa. Já àquelas outras que ultrapassem o limite do aceitável, seja por escassez de beleza ou por exagero de peso, deveria ser aplicada um avultada soma que as obrigasse a cobrir os corpos disformes ou a abandonar mesmo aquele que deve ser um espaço de prazer para a vista. É só uma ideia que gostava de ver aplicada e que, garanto, não é resultado de nenhuma discriminação ou mesmo insolação. A intenção é boa e pretende apenas proporcionar o melhor dos cenários para este tempo de lazer por excelência que é o Verão. Quem discordar, pode sempre escolher outra praia. Ou mesmo o pinhal, onde poderá fazer o belo do churrasco e roncar depois a plenos pulmões à sombra dos majestosos pinheiros. Não se esqueçam é de, no fim do repasto, levar o lixo e colocá-lo num contentor apropriado. A natureza e os outros veraneantes agradecem.

Caloteiros e Comp.ª

por migalhas, em 16.06.06

 

Neste momento são já mais de 116 mil os portugueses que fazem parte da chamada lista negra do Banco de Portugal, formalmente designada por Lista de Utilizadores de Risco. Uma designação simpática para os usualmente apelidados de caloteiros, que desta forma se vêem privados do uso de cheques durante o período de dois anos. Uma contrariedade de monta para as suas falcatruas comuns, a que devem acrescentar ainda dificuldades acrescidas no acesso a qualquer tipo de crédito. Embora em decréscimo desde 2003, esta mostra-se uma espécie difícil de exterminar, tendo inclusive contribuído com mais 76 mil novos nomes para a dita lista, só no ano transacto. Não que me orgulhe de tocar neste assunto aqui no meu espaço, mas fi-lo por que é mais um daqueles temas que transpirando para o exterior servem apenas para cimentar a ideia de que somos de facto um bando de aldrabões que fazem disso modo de vida e questão de orgulho pessoal. Depois não admira que lá por fora nos olhem com desconfiança e uma natural antipatia. Isto já para não falar que, neste nosso paraíso à beira-mar plantado, maltratar contínua e cobardemente uma pequenita de 5 anos e posteriormente atirá-la às águas de um rio para uma morte mais do que certa, premeditada, vale apenas 18 anitos de presídio. Com as atenuantes e um comportamento que se prevê exemplar, ao fim de meia dúzia de anos, mais coisa menos coisa, estarão cá fora mais dois assassinos, capazes de voltar a fazer o mesmo se lhes der na real gana. Num caso de homicídio qualificado como este que agora foi julgado, a que se adicionam atrocidades inconcebíveis num ser humano desferidas sobre uma criança inocente e sem possibilidade de se poder defender face aos seus cobardes agressores, sou da opinião que deveria haver apenas e só um tipo de sanção: pena de morte. Não concebo outro tipo de castigo para escumalha desta espécie. Todos nós viveríamos muito mais felizes com a sua partida, para além de que o mundo ficaria aliviado de mais dois seres que não só não aproveitaram a sua vida, como ainda se deram ao luxo de decidir o desperdício de uma outra, que estava tão só a dar os seus primeiros passos.

 

Começar bem

por migalhas, em 12.06.06

E pronto. Lá nos estreámos a ganhar no campeonato do mundo. Pelo menos começámos bem. Ao contrário do exemplo dado pelos mais novos, os sub 21, muito recentemente. Interessa é que somámos 3 pontos. Contra uma selecção estreante nestas andanças, mas ganhámos. Contra uma das selecções por todos considerada como das mais fracas do torneio, mas ganhámos. Passando por períodos de algum impensável calafrio, mas ganhámos. A jogar mal como o raio, para uma selecção que se afirma candidata a chegar longe, mas ganhámos. Estamos à frente no nosso grupo e esperamos agora com alguma ansiedade a prestação que os nossos heróis nos preparam para o próximo embate. Desta vez não será contra um bando de rapazes simpáticos e cheios de vontade. Será contra uma nação que se assume uma potência, ao ponto de tudo fazer de momento para construir uma bomba atómica. Só por aqui já é de desconfiar e de ficar preocupado com aquilo que podemos vir a encontrar no próximo sábado, 17, pelas 14h00. Serão eles homens bomba prontos a rebentar com as nossas redes? Virão munidos de armas secretas capazes de nos fazer passar pela vergonha de termos de admitir que, eles sim, irão longe? Seja como for, teremos de mostrar um pouco mais. De demonstrar em campo aquilo que assumimos até agora apenas em palavras. É que palavras, leva-as o vento. E nós não queremos vir a passar por nenhum vendaval com que a mãe natureza nos resolva surpreender. Queremos levar tudo na frente e, nem que seja pela diferença mínima, ir deixando para trás um após outro que nos calhe em sorte. Pelo que vi até agora de todos os outros que já jogaram, ainda nenhum surpreendeu e muito menos se mostrou imbatível. Por isso, pensemos positivo. Ganhando contra os ayatolas ficamos com seis pontos e prontos a seguir em frente. Depois é que a coisa fiará mais fino, pois a correr como previsto, pela frente teremos ou Argentinos ou Holandeses. Mas cada coisa a seu tempo. Venham de lá esses iranianos que a malta está com fome de bola! E desejosos de vingar a primeira má exibição da prova.

De ir às lágrimas!

por migalhas, em 09.06.06

Fui hoje confrontado com uma notícia que me tocou fundo no coração. Eu que não sou pessoa de soltar uma lágrima por dá cá essa palha, admito que fraquejei. O meu lado mais sensível ressentiu-se e senti-me solidário com este drama humano ao ponto de sugerir a abertura de uma conta especial, do género daquelas que grassam a favor dos mais carenciados, como forma de minorar uma situação que é tudo menos admissível nos dias que correm. Posto este desabafo de quem se preocupa de facto com as injustiças deste mundo, passo à notícia. A mesma dizia que que José Sócrates, o nosso PM, se encontra entre os mais mal pagos da sua espécie, em toda a Europa. Mas como? Um homem que tanto se tem esforçado por todos nós, que diariamente inventa formas de nos deixar mais aliviados do sempre incomodativo peso dos euros, que se desmultiplica em almoços de negócios, idas à neve e SPAs, para conseguir encontrar plataformas de entendimento com quem lhe dá mais. Como é que tudo isto faz com que ele ganhe pouco mais de metade do que o seu homólogo grego, por exemplo? Como é que numa lista que contempla 13 países europeus, ele se encontra perto da cauda, sendo o 10º (!!!) mais mal pago? Então já não se recompensa a dedicação, o empenho em que o país dê um passo em frente, logo agora que se encontra à beira do abismo? Já não se dá o devido valor a estas coisas? Depois queixem-se que, um dia destes, faça como aquele seu colega de partido aqui há uns anos atrás, e abandone também ele o país ao Deus dará. Ser visto por todos como um dos primeiros-ministros mais mal pagos da Europa, é, no mínimo, ultrajante. Já para não dizer vergonhoso! Que imagem é que o nosso país transmite lá para fora, com esta miséria de ordenados? A auferir um vencimento anual de uns míseros 99.400 euros? Quando o primeiro-ministro grego, Kostas Karamanlis, recebe 180 mil euros anuais, ou o primeiro-ministro irlandês Bertie Ahern, 250 mil euros anuais? E a desgraça não se fica por aqui. Também no que aos ministros e cargos de topo da função pública diz respeito, a discrepância é notada. Um ministro português recebe anualmente 86.100 euros, enquanto um seu homólogo grego ultrapassa o limiar dos 150 mil euros. Em países como a Alemanha, a Bélgica ou o Reino Unidos, os valores ultrapassam mesmo os 200 mil euros anuais. Não hão-de todos eles andar cabisbaixos, tristes e sem motivação. É, de facto, de ir às lágrimas! Eu fui, não resisti. Tanto esforço, dedicação e nenhuma glória na hora da retribuição. Não admira que faças tanta merda, homem. Com um ordenado como o teu, também eu cagava nisto tudo e ia mas era para casa, ver a bola.

A vida (não) é só bola

por migalhas, em 09.06.06

Embora seja este o apelo de um dos anúncios de uma campanha que actualmente nos entra olhos dentro a cada esquina - a qual, aproveito para  dizer, me agrada de sobremaneira -, a verdade é que, no período que vai de hoje, precisamente, até dia 9 do mês que vem, este vai ser o tema subjacente ao próprio mundo em si. A partir das 17h00 (hora local em Munique), tem início a dita festa máxima do futebol, com a realização do jogo inaugural que coloca frente a frente a selecção anfitriã, a Alemanha, e uma desconhecida nestas andanças, a Costa Rica. Um dos muitos representantes do continente americano, dos quais o mais representativo é o Brasil, actual detentor do título, que segue na frente das apostas como principal candidato à vitória final. Contra eles joga apenas o facto, e os factos valem o que valem, de nunca nenhuma selecção americana ter ganho um campeonato do mundo realizado na Europa, da mesma forma que nunca nenhuma selecção europeia triunfou em mundial algum realizado no continente americano. Quem sabe se mantenha a tradição, o que até era agradável, mais que não fosse, para tirar as peneiras aos nossos “irmãos” do outro lado do Atlântico. Quanto às cores portuguesas, só entram em acção no domingo, frente a outro país lusófono – Angola. É claro que vou puxar pela nossa selecção, mas também se houver uma surpresa e os estreantes angolanos levarem a melhor, não ficarei desiludido. Afinal de contas foi onde nasci, mais precisamente em Cabinda, pelo que algo daquele país me corre ainda nas veias, mesmo que numa percentagem mínima. Bom mesmo, era que Angola vencesse esta prova. Que mostrasse às grandes potências, futebolísticas e não só, que não são necessárias grandes armas para vencer um torneio destas dimensões. Apenas os automatismos certos, os entendimentos correctos, a precisão no último passe e a pontaria certeira para levar de vencida quem se lhes oponha. Mas claro que tudo isto se passa apenas e só na minha mente delirante e no campo das probabilidades mais do que improváveis. Angola campeã do mundo! Que loucura! Seria mais ou menos o mesmo que imaginar, sei lá, a Grécia como campeã europeia.

Pág. 1/2